sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

TIME SHARING ou TIME WASTING ?

Eu, pessoalmente, nunca caí nesta furada mas pelo menos 3 colegas me
contaram experiências pessoais semelhantes recentemente.

A história é basicamente a mesma. Voce vai passar férias em um dos
grandes destinos turísticos (eg. Disney World, Cancun) e recebe um
tentador convite (acompanhado de ofertas de café da manhã e vale-compras, entradas grátis para parques temáticos ou outras compensações
financeiras similares) para assistir a uma palestra sobre os benefícios de um esquema
que vai lhe garantir momentos memoráveis para o resto de sua vida.

Voce aceita o convite (de olho naquele vale-compra de U$150 e envolvido
pelo estado emocional criado por estar de férias) e acaba perdendo sua manhã
inteira preso num auditório do qual não consegue mais escapar, recebendo uma
lavagem cerebral e sofrendo uma enorme pressão psicológica (e
muitas vezes quase física) para comprar uma cota de “time sharing”. Todos
concordaram que, além de terem se sentido em uma situação muito constrangedora,
acabaram se dando conta de que, levando em conta o investimento em passagem,
hotel, alimentação, aluguel de carros e a manhã perdida, aquele vale-compras (ou a
entrada grátis) acabou saindo muito caro. E isto assumindo que você conseguiu
resistir a toda aquela pressão e não fechou um negócio que lhe custou uma
pequena fortuna e lhe comprometeu por anos a voltar ao mesmo hotel, no mesmo
lugar (ou ficar dependente de um esquema de troca) - quando hoje, pela
Internet, você tem a opção de milhares de hotéis no mundo inteiro com promoções
cada vez mais atraentes e total liberdade de escolha.

A moral da história aqui é a mesma que eu cito para meus amigos sobre uma
das mais fáceis formas de identificar restaurantes ruins: eles têm alguém na
porta lhe convidando para entrar.
"Se fosse bom, não precisava disto".

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cruce credo!

Cruce de los Andes. Para os que não conhecem, trata-se de uma Corrida de Aventuras; 105 km em 3 dias, subindo e descendo montanhas do Chile e Argentina, dando a volta no topo coberto de neve de um vulcão e contornando um lago de águas geladas (e tendo que entrar nele em alguns pontos). Tudo isto em um acampamento com mais 1.500 pessoas, compartilhando menos de 20 banheiros químicos.

A competição é em duplas e ambos (ou ambas) tem que ficar próximos todo o tempo da corrida. Não é revezamento. No primeiro dia foram 38,5km; este foi o dia de subir e contornar o vulcão coberto de neve. No segundo dia mais 45 km; este foi o dia de contornar o lago gelado. O terceiro dia era fácil: apenas 21,5 km. Tempo total de corrida, 10h para os primeiros colocados e mais de 26h para os últimos.


Esta é a vista do vulcão do primeiro dia (Mocho-Choshuenko), do meio da corrida do segundo dia.

Mais de 150 duplas desistiram, vi alguns chegando no primeiro dia com pé enfaixado, soube de vários atendimentos médicos por hipotermia no segundo dia. E deve ter acontecido muito mais coisa que eu não cheguei a saber.

No segundo dia, nossas mochilas deveriam ter sido transportadas de um acampamento - início da etapa - para outro - final da etapa. A barcaça teve um defeito e muitas pessoas só foram receber seu material às 5 horas da manhã do dia seguinte. Passaram a noite acordadas em frente a uma fogueira que foi improvisada no acampamento. Sorte que não choveu!

No final da terceira etapa, várias pessoas se abraçaram e choraram pela emoção de haver completado.

A festa de encerramento (noite do mesmo dia) era composta por dois grupos: os que mancavam para a esquerda e os que mancavam para a direita.

O objetivo deste blog é apontar aos nossos leitores as pequenas (ou grandes) roubadas que se escondem em programas ou situações aparentemente interessantes.

Então, para esclarecer a todos, este post é um pouco diferente. O Cruce cumpre exatamente o que promete; nada a mais e nada a menos. É para quem gosta!

Com certeza haverá dois grupos de leitores: os loucos para se inscrever (http://www.elcrucecolumbia.com) e os que consideram os que se inscrevem, simplesmente loucos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Corcovado é lindo.

Sou carioca ... por adoção (antes que os que me conhcem reclamem). Apaixonado pela cidade, corro (de verdade) por todos os cantos.

Uma das melhores (talvez A melhor) forma de ver a cidade é do alto dos morros. Ir ao Sumaré, à Vista Chinesa, à Mesa do Imperador, ao Pão de Açucar e às Paineiras permite que se aprecie algumas das mais belas vistas (talvez As mais belas) do mundo. Agora com a pacificação das favelas, brotam novas alternativas: Cantagalo, Dona Marta, Vidigal e Rocinha.

O Rio de Janeiro visto de cima. Cantado por Tom Jobim no "Samba do Avião". Elizabeth Bishop, poetisa americana que viveu 15 anos no Rio de janeiro decretou: "O Rio de Janeiro não é uma Cidade Maravilhosa. É uma paisagem maravilhosa para uma cidade." Não interessa discutir a afirmativa. A segunda parte é ABSOLUTAMENTE indiscutível. Que paisagem maravilhosa!

Entre as opções disponíveis, o Corcovado é a melhor de todas. De um lado, a Zona Sul da cidade: a Lagoa Rodrigo de Freitas, as praias e ilhas. Do outro lado, o interior da Baia de Guanabara, o Maracanã e a Ponte Rio-Niterói.

Como eu disse, eu corro a cidade. Um dos percursos inicia na cancela das Paineiras, bem ao lado do acesso ao Cristo Redentor. Costumamos chegar antes das 8 horas da manhã. Estamos só nós (corredores e ciclistas) e os guardadores de carro. Estes não se atrasam nunca. Estacionamos sem problemas. Começamos a correr (ou pedalar) e temos várias oportunidades de apreciar a paisagem.

Porém, quando retornamos duas horas depois, o paraíso se tornou um inferno. São milhares de pessoas em duas filas: a primeira para comprar o bilhete da Van e a segunda para embarcar nas ditas cujas. Você não tem ideia do tumulto.

Entramos no carro e com duas horas de endorfina correndo nas veias, temos toda a paciência para ir em direção à saida. O cenário não melhora. Ao longo da estrada, são quilômetros de carros estacionados e pessoas caminhando em direção ... às filas.

Com um detalhe adicional. O frescor da manhã (no Rio de Janeiro, isto significa qualquer coisa abaixo de 30 graus) foi sustituído pela temperatura habitual (qualquer coisa entre 35 e 80 graus). Já se disse - com muita propriedade - que o Rio de Janeiro tem apenas duas estações: Verão e Inferno.

Visite o Cristo Redentor. Você não vai se arrepender. Mas chegue antes das 8 horas da manhã. Ou você vai se arrepender.

domingo, 2 de outubro de 2011

Colonia do Sacramento (Uruguai) é muito legal mas ...

Sexta-feira a tarde. Após uma semana de treinamento em Buenos Aires, hora de voltar para casa. Eu e alguns colegas de trabalho nos dirigimos ao Aeroporto de Ezeiza, só para descobrir que nosso voo de volta a Curitiba fora cancelado. Cinzas do vulcão chileno (qual é mesmo o nome?).

Fazer o que? Não adianta nos estressarmos. O melhor é voltar ao hotel (nestas horas é bom estar a serviço), escolher um bom restaurante (opções não faltam) e planejar o que fazer no sábado (já que nosso retorno foi remarcado para domingo de manhã).

Todos já estivemos mais vezes em Buenos Aires do que conseguimos nos recordar. Ninguém a fim de "fazer turismo" na capital portenha. Vamos ficar descansando o dia inteiro? Arriscar optar por não fazer nada e acabar não resistindo à tentação de dar uma olhadinha nos e_mails e no fim passar o dia trabalhando?

Minha filha esteve recentemente em Buenos Aires. Contou de uma "esticada" que deu a Colonia del Sacramento no Uruguai. Proponho e vários colegas gostam da ideia.

Acordamos no sábado bem cedo. O Buquebus - navio tipo catamarã que faz o transporte Buenos Aires / Colonia - sai por volta das 8h da manhã e é preciso chegar com pelo menos 45 minutos de antecedência para o controle de passaportes (e ainda tinhamos que comprar as passagens). E aí é que nos deixamos convencer a, além dos bilhetes de ida e volta, comprar um pacote de tour aos arredores de Colonia + almoço.

Resumindo: todos gostamos muito do centro histórico da cidade (vale muito a pena - tipo uma pequena Paraty) mas foi unânime a opinião de que o tour dos arredores foi uma "furada" (absolutamente nada de interessante a ver e, ainda por cima, consumiu uma parte considerável do pouco tempo que tinhamos para curtir Colonia, pois o trajeto do ônibus dura uma hora e o Buquebus retornava às 4h da tarde para Buenos Aires). O almoço nem foi ruim (mas também não foi bom) num restaurante bem "classe turística".

Agora entendo porque o pacote pareceu tão barato (mesmo considerando o câmbio favorável).

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vale a pena ver de novo. Tem certeza?

Domingo à tarde. Chuva, vento, frio. Toda a família em casa. O dia estava tão feio que ninguém se animou a sair. A rata de praia estava em casa. O rato de mouse ... bem, para o rato de mouse o dia estava perfeito: ninguém enchendo o saco para que ele saísse de casa.

Mas, pai é pai. Não pode ver o filho sossegado no seu canto sem que surja uma ideia brilhante: vamos ver um filme todos juntos.

Lá fui eu para a locadora. Olhei os lançamentos e ... nada. Olhei as séries e ... nada. Olhei os clássicos e ... lá estava ele: Banzé no Oeste (Blazing Saddles) de Mel Brooks com Gene Wilder e Cleavon Little. Que ideia perfeita. Cenas inesquecíveis: o xerife negro do velho oeste, o bandido montado em um touro que derruba um cavalo com um soco, o bandido (outro bandido) e o cavalo sendo enforcados juntos, todas enfim. Gargalhadas garantidas do começo ao fim.

Juntei todo mundo (alguns através de chantagem, outros com ameaças). Pipoca, telão, tudo pronto.
Começa o filme. As cores ... desbotadas. O ritmo ... lento. Os personagens ... tristes.

Calma gente! Vai melhorar.

Não melhorou. Depois de 40 minutos sem nenhum risinho de ninguém, eu e a Patricia desistimos. A chantagem e as ameaças transformaram-se em pedidos de desculpas.

Na minha memória continua ótimo. Mas, definitivamente NÃO vale a pena ver de novo. Em uma locadora perto de você, desvie da seção de clássicos da comédia.

PS - Isto de fato aconteceu conosco. Mas, pareceria uma tentativa de plágio deixar de comentar que a Cora Ronai em sua coluna do jornal contou ter passado por uma situação semelhante. O filme foi "Curtindo a Vida Adoidado" (Ferris Bueller's Day Off) com Matthew Broderick.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Winter Wonderland na Eurodisney!

Está para ser criado algo mais fascinante e cativante que o mundo Disney! Com suas princesas, vilões, heróis e ratinhos esse maravilhoso universo criado pelo Sr. homônimo é cada vez mais capaz de atrair milhares e milhares de fãs no mundo inteiro.

Um de seus grandes parques temáticos está localizado em Marne-La-Vallée, apenas 20km a leste de Paris. O primo europeu da WaltDisney World conta com um parque infantil, um de aventura, além de uma ampla área de restaurantes, lojas, e até cinema. Tudo com o já conhecido carimbo Disney: organização extrema, limpeza impecável, consumismo exacerbado e hospitalidade fora do comum (entenda-se fora do comum para o padrão local, o mesmo staff trabalhando nos EUA não duraria um dia no emprego!).

Diferente de Orlando e de Los Angeles, no entanto, o subúrbio parisiense é penalizado por rigorosas estações de inverno. De dezembro até março podemos contar com temperaturas abaixo de zero e até neve... e é exatamente aí que brilha o grupo de marketing da EuroDisney!!

Promoções, eventos, shows extras, você encontra de tudo! Kids enter for free, buy one ticket get the other 50% off, buy annual passes, save on meals... os olhos até brilham ao serem bombardeados por tantas promoções.

Eu, particularmente, me senti de mãos atadas ao me deparar com essa: Park entrance + all meals in Disney restaurants + free stay at Disney hotels por um preço inferior ao que pagaria na diária do Ibis mais próximo! Era absolutamente imperdível! Comprei para todo o grupo da viagem e me preparei para adentrar o maravilhoso mundo "where dreams come true".

Winter Wonderland na Eurodisney?? Só se você acha agradável ficar o dia todo (ou o máximo que você aguentar pra fazer valer o dinheiro gasto) num parque totalmente desenhado para se ficar outdoors, com chão escorregadio de tanta neve, cabeça e pé molhados e cheios da maldita e pegajosa "chuva branca", paradas in-fi-ni-tas (com duração, na verdade, de 5 min - afinal nem os personagens aguentam ficar sorrindo e acenando naquele frio medonho) e diversas atrações fechadas para manutenção, aproveitando o período da baixa temporada. Parece que tudo é longe demais e a única coisa que se tem vontade é de ficar parado o dia todo dentro das lojinhas de souvenirs com aquecimento.

E o hotel e as refeições? No fim do dia todo mundo está tão mal humorado que tudo parece chato e sem graça.

Quer ter uma idéia da experiência - checa só esse video: www.youtube.com/watch?v=rhWGsQiBkI0

domingo, 4 de setembro de 2011

A Bolsa de Nova Iorque

Existem 4 cidades do mundo em que me sinto em casa. Curitiba, onde nasci e vivi até os 17 anos; o Rio de Janeiro em que moro desde 1976; Paris, pela qual me apaixonei em uma manhã de inverno e Nova Iorque.

Estive pela primeira vez em Nova Iorque em 1969. As torres gêmeas ainda não existiam. Morei por um mês na cidade. Alguém poderia dizer: “Só um mês? Isto não é morar, é visitar.” Insisto que é morar, porque eu estava no Brooklin, na casa de minha tia avó Sarah. Pude experimentar o estilo de vida da cidade àquela época. Pegar o metrô para ir a Manhattan. Deslumbrar-me com porta automática, ar condicionado e outras amenidades que não eram comuns por aqui. Eu assisti a descida do homem na Lua, ao vivo e a cores.

Nem tudo foram flores. Mais de uma vez cheguei na casa de minha tia, frustrado, dizendo: “Quero voltar para casa. Aqui eu não entendo ninguém e ninguém me entende”. Eu tinha 10 anos de idade. Acabei aprendendo a importância de conhecer outros idiomas e culturas.

Voltei diversas vezes à Nova Iorque depois disto. Tornei-me um “habitué” da cidade. Várias vezes: caminhei mais de 80 quadras, corri pelo Central Park, comi Reuben (sanduíche de pastrami) e a verdadeira New York Cheese Cake. Várias vezes também: visitei o Museu de História Natural e o Met, assisti a concertos e a espetáculos de jazz. Estive em alguns lugares, mesmo antes de serem recomendados pelo Pedro Andrade (Manhattan Connection). Conheço Manhattan do Battery Park ao Harlem, mais Queens, o Bronx, Brooklin e Staten Island. Sem mim, Nova Iorque teria apenas 19.999.999 habitantes.

Nova Iorque é familiar até mesmo a quem nunca esteve lá. As centenas de filmes e séries de TV ambientadas na cidade fazem com que todos cheguem à cidade pela primeira vez com uma sensação de “dejà vu”. Vá à Nova Iorque. Duvido que você não goste.

E a Bolsa? Pois é. Taí uma coisa que eu nunca consegui entender. Por que mulher se encanta tanto com uma bolsa. (Ah, você pensou que eu fosse falar da New York Stock Exchange. Até mesmo esta merece uma visita.) Continuando, mesmo as ecologistas mais ferrenhas enxergam um crocodilo ou cobra como uma bolsa do mercado futuro. Dizem que até o Diabo tem preferência por uma marca (este filme também se passa em Nova Iorque).

Caminhar pela 5ª Avenida é uma festa para os olhos de uma mulher. A partir da rua 59 (Central Park) até a rua 48 são dezenas de grifes famosas, incluindo Fendi, Prada, Gucci e Louis Vuitton. As lojas são deslumbrantes e os preços aterrorizantes. US$ 3.000,00 (ou muito mais) por uma bolsa.

Qualquer homem diria que estes preços são astronômicos. As mulheres também. Mas, elas continuam fazendo qualquer coisa para conseguir uma bolsa dos estilistas famosos. Até mesmo pagar o que seria um preço decente para um bom produto, por algo que se pareça com a coisa verdadeira.

Juntando Nova Iorque com este desejo irrefreável da mulher chega-se à Mariamma. Ou melhor, ela chega a você. Mariamma não é uma loja; é uma pessoa. Ela é uma “Personal Purse Dealer”. Entenda “Purse Dealer” como algo parecido com uma “Drug Dealer” de bolsas. Se você sonhou em ser personagem de “Law and Order”, negociar com Mariamma é a sua grande chance de realização. No começo, ela desconfia que você seja um agente disfarçado e você também pensa que ela possa ser. A sua parvoíce de turista logo acaba com a desconfiança dela. Se ela é uma agente disfarçada que simplesmente tem pena dos turistas parvos, com franqueza até hoje não sei.

A negociação se passa em um “fast food” ou “coffee shop”. Você tem que comprar algo e pegar uma mesa (para que o dono da loja aceite que você fique lá). Ela tira um catálogo da bolsa (uma “Goya”, preço da verdadeira: $4.750) e apresenta suas seleções. Você pode escolher “the good stuff” por preços a partir de $150 ou as “knocked out” por menos de $100. Depois que você faz sua escolha, ela entra em contato com seu sistema de logística imediato e providencia que o produto chegue às suas mãos. A transação é concretizada no banheiro.

Você precisa tanto assim de uma bolsa? Então, Mariamma, rua 14, Nova Iorque. Ande pela rua com cara de perdido e Mariamma vai achar você.